fevereiro 28, 2014

C*zices ou confissões alheias de inferioridade


A maior decepção que tive depois de certa idade foi notar que algumas pessoas próximas estavam torcendo para que eu fosse infeliz.  Pode parecer mesmo ingenuidade, mas eu lembro das minhas amigas de infância e adolescência e nosso relacionamento: podíamos querer as mesmas coisas, sentir ciúme de outras, mas existia esse acordo silencioso de respeito mútuo e carinho, mesmo quando brigávamos.
Foi somente há alguns anos atrás que me deparei com a inveja. Parece post clichê de Facebook, mas é a mais pura verdade. Acredito que tenha demorado muito para que eu pudesse identificar gente assim porque nunca tinha visto isso antes. Pode ser pura inocência minha, mas fico pasma.
Hoje em dia me deparo com gente que passava muito tempo comigo e simplesmente resolveu me ignorar porque casei, ou ainda, gente que se dizia absurdamente próxima e que não apareceu na minha comemoração de despedida antes de me mudar de país ou sequer me desejou felicidades. Nada. Nem um simulacro de civilidade.

Será mesmo que as pessoas estão se tornando tão infelizes que não podem mais estar em contato com a alegria de outras?

Que assustador.


fevereiro 12, 2014

Pensando para responder o próprio nome

Todo mundo que casa só aparece feliz e contente, enumerando momentos bons, construindo novas memórias, engordando, etc.
Vivencio tudo isso, mas ninguém te diz a dificuldade que é se acostumar com um novo nome, caso resolvamos mudar. Agora me pego com cara de bocó pensando antes de assinar, responder ou soletrar meu nome. 

Sinusite Idiota.

Coisa nova para mim é essa tal que conheci de passagem no ano passado. Não somos íntimas, mas a verdade é que nunca vi nenhum desses ites que fosse menos do que quase a morte. São horas sem respirar, que se tornaram dias e que, por consequência, completaram semanas. Tudo começa com a rinite e escala rapidamente para esse diacho de sinusite. É um mundo à parte, não há cheiro nem gosto e os sons ficam abafados pelos ouvidos latejantes. Noites em claro o vendo dormir e acordar para ir ao trabalho enquanto eu tento respirar. É um estar se afogando e sabendo que o socorro só vai chegar mesmo na sexta-feira, pois era o horário que o médico tinha. Enquanto eu sonho com uma caixa cheia de antibióticos milagrosos, a idiota da sinusite continua. A idiota da sinusite devia ter procurando um médico antes. A idiota da sinusite não sabe cuidar do próprio nariz, literalmente. A idiota da sinusite sou eu.

Idiota e fanha.