fevereiro 24, 2009

Carnaval é a contração do meu ovário esquerdo


Hoje é oficialmente o último dia dessa palhaçada baseada na celebração trazida pelos portugueses, o entrudo, para celebrar num primeiro momento, a vinda da família real, ou seja, estão todos festejando até hoje a nossa condição de colônia explorada e escravizada - condição presente, uma vez que o que somos é reflexo de tudo isso - cada um no seu quadrado, tomando no redondo até hoje e comemorando. Vergonha alheia, viu? E eu nem falei de todo o resto, como por exemplo a baixaria que já conhecemos e que ajudou a botar nosso país no mapa, né? Principalmente no da prostituição!! Mais um motivo digno de comemoração, certo? Eu nem vou falar das escolas de samba...

Dis-f***ing-gusting.

fevereiro 21, 2009

Seu Creysson legacy

Já notou a quantidade de pessoas colocando a seguinte legenda em suas fotos:

"Simplismente sem palavras."

Detalhe para o simplismente que vem de simplis, é claro. A pior parte: é uma epidemia que já se alastrou pelo país afora.
E a frase em si, o que significa? Se não tem palavras, para que diabos escrever a legenda, né?

Eu tenho muito medo do Orkut. Simplesmente apavorante.

fevereiro 17, 2009

Eu, Dima e Fifi

Eu já devo ter mencionado em algum momento que meu namorado é russo. Ou não. Enfim, o fato é que ele é. Morou na Rússia até 16 anos de idade e por isso, é bacana identificar a diversidade cultural, a diferença de hábitos e coisas assim. Aprender um pouco da língua e da cultura é inevitável e divertido também. Só comecei assim, porque eu queria falar sobre um dos meus bloqueios.
Pois bem, eu nunca conseguia ler Dostoiévski porque eu achava cansativa demais a variedade de nomes e apelidos de seus personagens. O resultado é que eu sempre pensava estar lendo a respeito de uns 16 indivíduos, quando na verdade só existiam 8. Eu nunca engoli minha má vontade com o autor.
Então conheci meu namorado, que inclusive NÃO gosta do famigerado Fiodor. Um cara chato de escrita pretensiosa e exageradamente prolixa, disse ele. Depois de um ano e lá vai fumaça (que termo mais cafona: AMO!) de namoro, dá pra afirmar que comecei a pegar os processos da língua russa (muito mais parecida com português do que você pensa), entender a lógica do idioma, me acostumar com o fato de que apelido de homem muitas vezes termina com "A" - como meu namorado, por exemplo, que é chamado de Dima e eis que compro um livro. Adivinha de quem? Fiódor Dostoiévski (grafia que segundo minha outra metade está muito errada mesmo).
Ontem ao voltar para casa, anunciei:

- Estou lendo Fifi. Finalmente!

- Quem? Dostoiévski?

- É!

- Fifi? - claro que ele está morrendo de rir (Não sei de que, já que Fedya soa muito mais esquisito, tá bom?).

- Estou gostando, um cara engraçado esse Fifi, cheio de firulas para escrever e não entregar a parte boa antes da hora.

Mudança radical efetuada. Recomendo muito Irmãos Karamazov, o livro de Fifi que estou lendo agora. É possível achar publicações baratas com ótimas traduções diretamente do original.

fevereiro 06, 2009

Tick Tack - relógio biológico?


Ansiedade e pânico. Entro e fecho a porta, mal posso esperar para abrir a caixinha. Leio. Uma linha, tudo ok. Duas linhas: PAVOR, serei mãe. Hesito um pouco me perguntando como fazer uso do mini copinho. Patético, penso. Desfaço do método, mas o obedeço. Pouso o copinho em cima da pia, mergulho parte do bastão. Basta esperar 10 segundos. Olho para o bastão absorvendo o líquido fixamente. Uma linha já apareceu. Caramba, só tem dois segundos. Nunca mais vou dormir, vou ter que me mudar de país agora, mamadeiras, chupetas, carrinho de bebê, roupinhas coloridas, mini pessoa chorando, será que vai parecer com ele? Comigo? Conosco? Mini mãozinha segurando meus dedos, cheiro de bebê, fraldas e mais fraldas, creche, escola, mas como não fez o dever? Vai estudar! Vem ter aulas de português, vou contar pro seu pai, arruma sua cama, para de comer porcaria, não mexe aí, não-sei-quem-te-ligou 100 vezes, vai viajar com quem? Dez segundos. Uma linha só. Alívio. Nada mudará. Que ótimo! Digo, que bom. Quer dizer, OK...

Jogo fora os restos da possibilidade que eu achava que não queria.

Saio. Fecho a porta.

Vazio.