outubro 30, 2007

Entre-vidas

Porque eu sinto que a transição está muito próxima, quase tão tangível quanto o medo de fracassar - oras, é claro que este existe, eu sou apenas humana. Porque eu tenho quase certeza que é por agora. Sei porque quase toda mudança dói, excita, atrai, revira o estômago e invade. Chega devastando com tudo que você achava confiável, como um furacão. E no fim, normalmente, você nota que foi o que poderia acontecer de melhor.
Porque eu ando correndo atrás da mudança, daquele prêmio final. Eu me comportei na maior parte das vezes e as outras são tão perdoáveis...
Mãos estendidas qual uma criança esperando por um doce. Eu querendo preencher o vazio, seja com uma idéia, um objetivo, um bem material ou, simplesmente, outra mão.

[I wanna hold your hand]

outubro 24, 2007

Silly beans

Okay. Fica sacramentado aqui o dia em que eu assumi que sou uma romântica incurável, do tipo que acha que sofrer de amor faz parte do sentir-se viva e acredita em toda aquela bobagem que a televisão ensina sobre amor que dura e afins.

Eu mereço um tapão. Mereço sim.

***

Estúpida e desastrada.
E consciente disso.
Não percebe sutilezas, mas não gosta da falta delas.
E não gosta da analogia do coração.
Coração não se enche de alegria
Coração não se enche de amor
Coração não se enche de saudade
Enche-se apenas de sangue.
Enche-se apenas.
Enche-se
Enche.
(Publicado em Outubro - 2005)

outubro 17, 2007

I alone


For Kamil who is into cameras,
taught me about frames,
and who I always miss.

***
É fácil sofrer de solidão aguda, assim como é simples ser infeliz. O difícil - e tão mais legal - é ser feliz. Na lista de coisas que eu quero tem o seguinte tópico agora: Ser uma pessoa mais distante (fond, but not in love). Não digo esse tipo de coisa de forma hipócrita, como quem se decepcionou. Entretanto, saudade e solidão andam de mãos dadas e eu tenho medo de dejà vu.

[It's all wrong. It's allright. It's all wrong.]

outubro 11, 2007

Wine lover


Vinho é bom e perigoso. Sim, é a única bebida que adoro beber sozinha. Sendo assim, o saldo de hoje são duas garrafas e meia de vinho tinto. Para curar a insônia, as paranóias e calar a evil Leela - que sempre quer destruir a minha felicidade. Ah sim! E Geliebte sou eu, em alemão.

- Eat me, drink me -

outubro 10, 2007

Over the rainbow

O novo álbum do Radiohead, IN RAINBOWS, lançado oficialmente hoje foi realmente distribuído de graça para quem se inscreveu no site ligado à banda. Enquanto isso, no Last FM ninguém ouve outra coisa e a aceitação é bem alta. Especulações a respeito da melhor faixa já acontecem (bobagem, não consigo escolher). Deve ser algum tipo de novo record: tanta gente ouvindo a mesma coisa simultaneamente no mundo todo. E mesmo que a minha opinião a respeito não seja nada imparcial, eu não me vejo ouvindo outra coisa por muito tempo.


[In Rainbows is my boyfriend and he sure knows how to f... my brains out]

outubro 07, 2007

Isadora.

Eu queria que você estivesse aqui para te contar como sou infantil, como me entrego fácil ao primeiro geniozinho que aparece, como ando apaixonada por alguém ultimamente, como choro às vezes sem motivo algum, como pequenas coisas me fazem feliz algumas outras vezes e como o tempo cura quase tudo.
Menos a saudade que vamos sentir.

[The moon would freeze and the plants would die]

outubro 06, 2007

Tests

E um desejo imenso de fazer qualquer coisa que não seja isso.

[Du liebst mich nicht - aha]

outubro 04, 2007

Fields of gold

Eu estou por aqui sim, mas é que só penso em campos dourados ultimamente. Se você me conhece, sabe bem o que acho do ato de escrever quando se está num estado semelhante ao meu...

[We'll forget the sun in his jealous sky as we lie in fields of gold]

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Prosopopéia flácida para acalentar bovino

A mentira é a condição primária da poesia e do amor.

Quem não pode entender isso, não está apto a escrever ou amar.
Entretanto, eu posso estar mentindo.


Da ordem das coisas
Arrumando a cama, dobrando lençóis
movimentando colônias de ácaros que repousam sobre o leito.
Cada coisa em seu lugar pré-estabelecido,
ainda que não se saiba por quem definido.
Movimentos iguais, ainda que sejam lençóis diferentes.
A parede como testemunha, vê o filme da vida alheia passar em câmera rápida.
O dormir, acordar, arrumar, ler, sorrir, chorar, sorrir outra vez e dormir de novo.
E tendo visto isso, lá de sua realidade branca, a parede se contenta com suas mudanças periódicas de cor.

(Publicados em 31/07/2005)